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Os minutos se passaram e o rastro de Diego parecia não ter fim. Pude ter certeza que estavamos indo para a caverna. Mais isso infelizmente não significava que Diego estava vivo. Ele podia talvez ter passado na caverna antes de ir pra luta. Mas se encontrasse Diego?! Poderiamos viver "Felizes para Sempre"?Não sei se queria colocar em risco sua vida. Principalmente agora que aqueles mantos escuros estavam atras de mim. Não podia deixar que machucassem Diego por MINHA causa.
O céu ja estava escuro quando começamos a chegar perto da caverna. Fred agora estava a meu lado, e o rastro de Diego parecia mais forte. Fred parou quando chegamos ao mar. Ele olhou pra mim. Não disse nada e eu apenas balancei a cabeça, como se estivesse concordando que teriamos que entrar dentro da água. Agora não havia rastro algum de Diego. Seguia para caverna apenas com o que tinha na memória. Não tinha muita certeza se estavamos no caminho certo até que chegamos a uma fenda estreita. Continuamos a nadar. O escuro era como se houvesse tinta preta na água, mesmo com minha - NOVA- visão era dificil enxergar.
A fenda ia ficando cada vez mais estreita e tivemos que nos arrastar como fiz antes com Diego. Olhei pra trás pra ter certeza que Fred ainda estava atrás de mim. Não sabia se ele conseguiria passar ja que era maior que eu e Diego. Mesmo assim ele continuava, cada vez mais apertado. Eu sempre soltava um pequeno riso, sempre que Fred fazia alguma pedra sair do lugar, com seu corpo maior e rigido.
Começamos a subir até chegarmos a caverna. Podia sentir o cheiro de Diego novamente, e ainda havia terra espalhada pelo pequeno espaço.
Meus olhos correram por toda a caverna. Se tivesse um coração batendo com certeza ele estaria disparado com o que eu via.
Meu coração doeu a não ver Diego. Percorri novamente os olhos pela caverna me certificando de que ele não estava lá. Minha cabeça girava e começei a pensar nas milhões de probabilidades que poderiam ter acontecido. E todas levavam a apenas uma. A morte de Diego.
Entrei na pequena caverna e me sentei em um canto. Fred veio logo atras de mim. Empurrou a terra espalhada por todo o chão pra um canto e se sentou. Estava ao meu lado quando levantei a cabeça. Com certeza se meu corpo pudess produzir lagrimas, estaria chorando agora. Era como se eu tivesse perdido Diego novamente.
Ele não saia da minha cabeça, e tudo que eu mais queria era ele vivo, mesmo que pra isso eu tivesse que morrer. O que eu poderia fazer? Se qualquer coisa pudesse ser
feita eu a faria com certeza. Não podia compreender esse sentimento. Nunca havia sentido isso por ninguém. Na verdade nunca havia sentido afeto algum por pessoa nenhuma. Nem na minha antiga vida. Com a raiva que tinha de meu pai por ele sempre me bater, não sei se havia algum lugar pra afeto. Claro que havia minha mãe mais como podia sentir algo por alguem que nem conheci direito? E amor... Nunca tive tempo nem vontade de amar ninguém. Na verdade só essa palavra já era besteira pra mim. Tinha que me preucupar mais em conseguir comida ou um abrigo do que amar alguem... Então conheço Diego e muda tudo. E quando realmente consigo amar alguém eu a perco?
Que sentido fazia isso? Será que a vida - ou seja lá como essa vida que tenho agora se chama - é tão injusta assim?
Os pensamentos continuaram rodando minha cabeça até que cheguei a conclusão de que amar Diego, não queria dizer que ele também me amava. Eu não era tão bonita assim. Talvez a beleza obrigatoria que todos da nossa especie tinham, mais nada além disso. Não era algo exuberante. Talvez aqueles pequenos beijos não significassem nada. Talvez ele não queria nada comigo além de uma bonita amizade.
Todas as conclusões que chegava apenas me levavam a uma coisa. Eu não tinha mutivo algum pra viver agora. Talvez fosse melhor agora deixar que os mantos escuros
me matassem.
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